O Sindicato dos Servidores do Ministério Público do Rio Grande do Sul (SIMPE-RS) vem a público repudiar a declaração do presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, ao jornal Folha de S. Paulo sobre o funcionalismo público em um momento em que vivemos uma série de ataques do governo federal aos trabalhadores. Em uma reportagem que trata da pressão de alguns setores para que Governo e Congresso aprovem medidas que permitam a redução de salários do funcionalismo público, a UGT faz coro às vozes conservadoras que há muito tempo insistem em investir contra os direitos dos servidores públicos.
Em sua declaração, Patah questiona: “Por que não se pensa nos altos salários dos servidores públicos?”. Tal declaração de uma entidade de classe é lamentável em qualquer cenário, sobretudo neste momento de crise, onde os trabalhadores (dos setores público e privado) estão em uma situação de incertezas e necessitando de garantias que o Estado vem falhando em fornecer. A UGT deveria utilizar seu espaço para denunciar as contradições de um governo que destina bilhões aos bancos e migalhas aos trabalhadores, de quem deveria estar ao lado, ao invés de somar-se àqueles que sempre nos atacaram, que apoiaram a EC nº 95/2016, a Reforma Trabalhista, a Reforma da Previdência, e que aplaudiram a MP 927/2020 de Bolsonaro, que vulnerabiliza os trabalhadores do setor privado.
O SIMPE-RS repudia quaisquer declarações e medidas que se mostrem contrárias aos interesses e aos direitos das trabalhadoras e trabalhadores brasileiros, sejam eles do setor público ou privado. Somos todos trabalhadores e, em momentos de crise e de repetidos ataques aos nossos direitos, como este, precisamos estar unidos, sem permitir que os de cima nos digam que as nossas lutas são diferentes e sem, jamais, fazer coro àqueles que historicamente trabalham pela precarização do trabalho no Brasil.