A Direção do SIMPE-RS participou, nesta manhã, de uma manifestação promovida pela Frente dos Servidores Públicos do RS no aeroporto Salgado Filho. O objetivo foi pressionar os deputados que embarcavam para Brasília a votarem contra a Proposta de Emenda à Constituição 32/20, da reforma administrativa.
Diversas entidades de servidores públicos do estado estiveram presentes no ato, que chamou a atenção de quem passava pelo local.
O presidente do SIMPE-RS, Jodar Pedroso Prates, destacou que a pressão sobre os parlamentares segue em diversas frentes: “Seguimos na pressão pela derrota da PEC da Rachadinha. Hoje, o ato foi no aeroporto Salgado Filho. Certamente, os deputados serão recebidos por servidores em Brasília. QUEM VOTAR NÃO VOLTA!".
Além das atividades presenciais, a pressão virtual também é um instrumento fundamental de pressão. No início do mês, a FENAMP e a ANSEMP lançaram uma ferramenta de disparo de email para os deputados federais, voltada especialmente para os servidores do Ministério Público. Confira aqui .
Cenário
A pressão dos servidores públicos em todo o país sobre os deputados federais parece estar surtindo efeito. De acordo com o Observatório da Reforma Administrativa, desde o início de outubro, o governo já perdeu 16 votos favoráveis à proposta na Câmara dos Deputados. No dia 1º, eram 261 votos favoráveis, hoje o governo teria apenas 245.
Já a contagem dos contrários está em 215, o que já garantiria o arquivamento do projeto, caso fosse à votação. Por se tratar de uma PEC, a reforma administrativa precisaria do voto favorável de três quintos dos deputados, o que representa 308 votos.
Nesse contexto, até o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), parece não acreditar mais no avanço da reforma ainda em 2021. Na segunda-feira (18), Lira reclamou da falta de esforço do governo para aprovação da reforma administrativa.
“Falta tudo, falta mobilização de quem defende, falta o governo agir mais fortemente com relação à [reforma] administrativa e falta a gente ter apoio de setores, e a imprensa é muito importante nisso, para se esclarecer”, disse em entrevista à revista Veja.
Somando-se a isso, o deadline da reforma administrativa teria expirado no dia 18. No final de setembro, a imprensa nacional noticiou que a data teria sido acordada entre Lira e líderes da base governista, para dar tempo de convencer os indecisos e parceiros resistentes. Lira pretendia votar a proposta antes do retorno das atividades presenciais na Casa.