A administração do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) indeferiu, novamente, o pedido de informações sobre casos de covid-19 na instituição protocolado pelo SIMPE-RS. A decisão é do Subprocurador-Geral de Justiça para Assuntos Administrativos, Benhur Biacon Jr. Desde o início de junho, o sindicato vem tentando acessar essas informações, após publicação de reportagem no jornal Brasil de Fato relatando a existência de casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus na Promotoria de Justiça de Palmeira das Missões.
Na primeira negativa, o serviço Biomédico havia ponderado que prestar as informações solicitadas poderia redundar em identificação dos servidores afetados. No entanto, nenhum dos questionamentos realizados na ocasião foi respondido e, agora, mesmo com a reformulação de algumas das questões apresentadas, a administração segue negando acesso a informações importantes para que o sindicato possa atuar na defesa da saúde dos servidores neste momento de crise sanitária.
O SIMPE-RS ainda havia solicitado que fosse adotado o regime de teletrabalho nas regiões em que for instituída a bandeira vermelha, até a modificação da bandeira; e que fosse realizada a aplicação de testes para covid-19 em servidores, estagiários, comissionados, terceirizados e membros, antes do retorno às atividades presenciais nessas regiões. O sindicato também solicitou participação no grupo de trabalho instituído para acompanhar as medidas de retorno as atividades no MPRS. Todas as solicitações foram indeferidas pela administração.
O presidente do SIMPE-RS Jodar Pedroso Prates, lamenta falta de transparência e diálogo da administração do MPRS. "Recebemos com preocupação informações de surgimento de casos de covid-19 nos locais de trabalho. O sindicato tem por missão a proteção dos direitos de sua categoria, entre eles, o de um ambiente de trabalho saudável e da proteção à saúde e à vida dos trabalhadores. Não é possível que a administração siga com essa política de não transparência. Proteger as pessoas não se limita a fornecer máscaras, álcool em gel e termômetros. Tem que informar, esclarecer, divulgar. Não vejo o MP fazendo isso. Outra coisa que precisa acabar é essa incapacidade de diálogo com o sindicato quando se trata da vida dos servidores. Nós somos contra o retorno presencial, mas isso não significa que não possamos contribuir com medidas que aumentem a proteção dos trabalhadores do MP”, comenta Jodar.