A Frente dos Servidores Públicos do RS entregou na sexta-feira (05), ofício à Ministra da Saúde, Nísia Trindade, por ocasião de sua participação no Fórum Social das Periferias, na capital, denunciando o projeto de reestruturação do IPE Saúde e seus impactos para o Sistema Único de Saúde.
Devido ao descaso dos sucessivos governos na lógica política neoliberal de ataque aos serviços, os direitos e a saúde dos servidores públicos correm riscos. Acumulando nos dias atuais um déficit da ordem de R$ 440 milhões, sendo R$ 36 milhões mensais, com base na apresentação do governo estadual no dia 16 de abril do corrente, o governador Eduardo Leite pretende apresentar uma proposta de aumento das alíquotas do Sistema de Saúde dos Servidores, o IPE Saúde. Essa anunciada e propagandeada crise do IPE Saúde tem estreita relação com a não reposição da inflação e a falta de aumento real dos nossos salários.
Os sindicalistas que representaram a FSP denunciaram à Ministra que se trata de uma proposta claramente prejudicial, não negociada e debatida, que certamente fará com que milhares de usuários hoje do IPE Saúde migrem para o nosso Sistema Único de Saúde, de suma importância para a cidadania brasileira, mas que enfrenta dificuldades pelo Teto de Gastos e toda conjuntura política e econômica brasileira, e que poderá facilmente colapsar em nosso Estado por conta desse elevado número de usuários que deverão migrar para o SUS ao longo dos meses se a proposta do Governador Eduardo Leite se tornar realidade
O governador Eduardo Leite (PSDB) e o seu vice Gabriel Souza (MDB), a despeito de terem prometido na recente campanha eleitoral que não haveria aumento na alíquota do IPE Saúde e de que seria estabelecida uma mesa de negociação permanente com os servidores públicos sobre as pautas das categorias, em início de governo rompem com a palavra empenhada e ameaçam enviar o projeto de lei de reestruturação do IPE Saúde ao Poder Legislativo em regime de urgência.
Representaram a FSP nessa atividade os dirigentes Sandra Zembruski, do SIMPE-RS, Antonio Augusto Medeiros e Angela Antunes, do Sintergs, Fabiano Zalazar, do Sindjus, Reinaldo Charão, do SindTCE e Alexandre Luzzi, da Afocefe Sindicato.